Boletim Cepagri Julho 2020
Boletim Informativo
Boletim Cepagri Julho 2020

SÍNTESE METEOROLÓGICA
Observação: Análise feita com base nos dados da estação meteorológica do CEPAGRI, em Barão Geraldo – Campinas, válida para a Região Metropolitana de Campinas. Alguns dados podem apresentar divergências com outras estações meteorológicas na região, sobretudo extremos de temperatura e precipitação, que podem acontecer devido à localização das mesmas e à ocorrência de chuvas muito isoladas e/ou localmente fortes.

O mês de julho de 2020, na região metropolitana de Campinas, foi marcado por temperaturas elevadas e por baixos volumes de precipitação. A Tabela 1 indica que, em média, as temperaturas ficaram 1,2ºC mais elevadas do que o valor de referência com base no período de 1990 – 2019. Esse fato concorda com os prognósticos sazonais elaborados pelo INMET/CPTEC e por outras instituições internacionais que apontavam para temperaturas mais elevadas no inverno, em comparação com a climatologia local, e que foram repassados pelo Cepagri no início do inverno.
Tabela 1. Comparação da média mensal de temperatura mínima, média e máxima, para a média histórica e condição atual.

A Tabela 2 mostra os valores extremos, máximos e mínimos diários, de temperatura, indicando que em julho de 2020 não houve a quebra de nenhum recorde previamente estabelecido com relação à essa variável.

Com relação às precipitações, a Tabela 3 revela que o volume de chuvas acumulado ao longo do mês ficou bem abaixo da média histórica (7,4 mm), representando apenas 18% do volume típico (40,6 mm). Para comparação com os anos anteriores, a Figura 1 apresenta os acumulados de chuva para os meses de julho de 1990 a 2020, indicando que, embora em julho de 2019 o total de chuva tenha superado o valor da média histórica, os anos de 2016, 2017 e 2018, em adição a 2020, registraram baixos volumes de chuva. 

Tabela 3. Resumo dos dados de precipitação mensal acumulada.
Os 7,4 mm registrados em julho de 2020 foram distribuídos em 3 eventos, sendo todas eles na primeira quinzena, conforme pode ser visto na Figura 2. Tipicamente, o mês de julho registra entre 4 e 5 dias de chuva, sendo que na maioria deles o volume se iguala ou supera o valor de 1 mm (limiar que define o conceito de “chuva meteorológica”). A figura também mostra as temperaturas mínima e máxima diárias ao longo do mês. É perceptível que os primeiros 4 dias foram os mais frios, considerando as mínimas e as máximas, e que a partir do dia 5 ambos os parâmetros apresentaram uma elevação em seus valores, com algumas pequenas oscilações ao longo do mês. As oscilações negativas (quando há queda nas temperaturas) geralmente indicam a passagem de frente fria pela região. A amplitude térmica (diferença entre temperatura máxima e mínima) média do mês foi de 13,3ºC, um pouco acima da média histórica (12,9ºC), mas chegou aos 17ºC no dia 22.

QUADRO EXPLICATIVO
Uma característica marcante no mês de julho foi o enfraquecimento de frentes fria à medida em que se aproximavam do estado de São Paulo. A principal hipótese levantada é a ocorrência de bloqueios atmosféricos, que coibiram o avanço das frentes pelo estado (frente continental). O padrão mais frequentemente observado foi o de frentes que, avançaram somente pelo oceano, o que limitou tanto a quantidade de chuva observada ao longo do mês (que foi mais próxima da média na faixa do litoral, com alguns pontos registrando volumes de chuva acima da climatologia), como também restringiu a influência de massas de ar de origem polar (impedindo quedas mais acentuadas de temperatura). Esses sistemas de bloqueio ocorrem nos níveis médios da troposfera, em altitudes de aproximadamente 6 km, e são caracterizados por regiões de relativa alta pressão, são estacionários ou de lento deslocamento, e provocam condições de tempo persistentes em uma região. Essas condições podem ser definidas por padrões de chuva (abundante ou escassa), de temperatura (como por exemplo, ondas de frio ou de calor), ou uma combinação dos dois fatores. No caso, o estado de São Paulo esteve condicionado a temperaturas mais elevadas e estiagem.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO

Observação: O Cepagri não elabora previsão climática/sazonal, apenas divulga as previsões elaboradas pelos órgãos responsáveis no Brasil (INMET/CPTEC/FUNCEME) e por instituições internacionais, incluindo apenas uma nota explicativa direcionada para a Região Metropolitana de Campinas.


O mês de agosto é tipicamente o menos chuvoso (média histórica de 26 mm) do ano na RMC, e é também marcado pela retomada na elevação das temperaturas médias, que entram em declínio entre março e julho, na medida em que os dias ficam mais curtos, e passam a subir gradativamente a partir de agosto, com o aumento das horas de insolação.

Os prognósticos para agosto, elaborados pelo Instituto Nacional de Meteorologia, indicam chuvas acima da média, em uma faixa entre 40 e 60 mm, e temperaturas médias na faixa entre 17,5 e 20ºC, o que aponta para temperatura dentro ou um pouco abaixo do valor histórico de referência.


Elaborado pelos meteorologistas Bruno Kabke Bainy e Ana Maria Heuminski de Ávila.
Campinas, 03 de agosto de 2020.

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OBS: Devido à manutenção da estação na tarde do dia 26/03, alguns dados apresentaram instabilidade temporária. O sensor de pressão foi removido para calibração e o dado na página principal não é válido. A PÁGINA PRINCIPAL DO CEPAGRI NÃO REPORTA RAJADAS DE VENTO - SÃO VENTOS MÉDIOS NO PERÍODO DE 10 MINUTOS (são amostrados dados de vento a cada 10 segundos, e ao final de 10 minutos lança-se a média dos 60 valores registrados). O vento máximo absoluto do dia (tecnicamente não é rajada) é indicado somente à meia-noite, quando um dos balanços diários é fechado, e não vai para a página principal. O dado de "Velocidade máxima" indicado trata-se da maior média nos períodos referidos.
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