O inverno 2018 em Campinas (SP) está fugindo dos "padrões". Com seca e temperaturas acima do esperado para a época, rios que cortam a região agonizam com baixas vazões e revivem cenários da crise hídrica de 2014. De acordo com o Cepagri, da Unicamp, o total de chuvas atingiu apenas 60% do esperado no ano e a presença de uma massa de ar seco impede uma mudança de cenário nos próximos dias.
"Nós estamos sob a influência de uma massa de ar seco e quente, e essa situação deve permanecer nos próximos dias, mantendo essas condições de baixa umidade relativa do ar e temperaturas acima da média", explica a meteorologista Ana Ávila.
Segundo o Cepagri, entre os dias 21 e 28 de junho, a temperatura média na região ficou entre 14,5ºC (mínima) e 28,8ºC (máxima). No mesmo período do ano passado, os termômetros registraram 12,9ºC e 25,4ºC de média.
A situação se agrava com a falta de chuvas. Em Campinas, são 40 dias sem registro de uma. Em maio, foram apenas 8,6mm, enquanto a média esperada era de 63,3mm.
"Durante todos os meses deste ano, estamos com chuva abaixo da média. O total, até agora, está em torno de 60% do total esperado", conta Ana Ávila.
Os leitos dos rios Atibaia, Jaguari e Piracicaba já estão tomados por pedras e bancos de areia, num cenário que faz lembrar a crise hídrica de 2014, que afetou o abastecimento na região.
Diretor do Grupo de Defesa Ecológica do Piracicaba, Jonas Santa Rosa alerta que o risco de que o problema se repita existe.
"Sempre existe. E uma maneira de não correr risco, é utilizar a água somente o suficiente, e empreender ações. Nós precisamos reter água aqui na bacia, ou numa cisterna ou num piscinão ecológico", defende.
Fonte: Jornal da EPTV 2ª Edição