Campinas (SP) registrou o maio mais seco desde 2006, segundo medição realizada pelo Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp. Choveu 8,6 milímetros, o terceiro pior volume registrado pelo Cepagri desde 1989.
Segundo o pesquisador Hilton Silveira Pinto, diretor do Cepagri, o volume de chuvas em maio deste ano corresponde a 13,6% do que o esperado para o mês, que é 63,3mm. Os 8,6 milímetros de 2018 superam apenas os registros de 2000 (2,8mm) e 2006 (1,01mm).
O diretor do Cepagri atribui a severidade da seca na região ao fenômeno climático "La Niña" e alerta para a chegada dos meses mais secos do ano, entre junho e agosto.
"Se eu fosse prefeito ou governador, ficaria preocupado. Eu recomendaria cautela com o uso racional da água."
'Montanha-russa?'
Ao analisar os números da série histórica, os dados mostram que no ano anterior aos grandes períodos de seca as precipitações foram recordes. Hilton descarta uma relação de "sobe e desce" e reforça o impacto de fenômenos como "El Niño" e "La Niña".
"Não é porque choveu muito em um ano que vai chover menos no outro. Existe, sim, uma interferência quando estamos sob o efeito do El Niño, que provoca um volume maior de chuvas, ao contrário do La Niña."
O pesquisador aponta que nos próximos meses o volume de chuva dificilmente ultrapassará os 30 milímetros. "São os meses de maior seca e mais de 30mm é exceção."
Fonte: G1 Campinas e região