Por Raphael Moura
Quinta-feira, 14 de março de 2024

Imagem do satélite GOES-16, com realce da massa de ar quente e seco. Fonte: INPE.

A atual onda de calor que afeta o estado de São Paulo é resultado de um sistema de alta pressão em níveis superiores da atmosfera. O ar quente e seco está concentrado na região Sul do Brasil, próximo à fronteira com Paraguai e Argentina, e está migrando gradualmente em direção ao Sudeste do Brasil. Esse fenômeno impede a passagem de frentes frias e causa um aumento significativo das temperaturas, especialmente na porção oeste do estado de São Paulo. Prevê-se que as temperaturas possam atingir valores extremos, representando um alto risco à saúde, devido à exposição prolongada ao calor intenso e à desidratação. A Figura 1 ilustra a abrangência da massa de ar quente e seco que está provocando a atual onda de calor no Brasil, Paraguai e Argentina.
Região Metropolitana de Campinas
 
Embora a Região Metropolitana de Campinas não seja tão afetada quanto outras áreas do estado de São Paulo, ainda assim enfrentará elevação de temperatura. Há leve risco à saúde devido às temperaturas elevadas. Recomenda-se precaução, especialmente para grupos vulneráveis, como idosos e crianças, para evitar complicações relacionadas ao calor. A Figura 2 indica as áreas de maior exposição ao calor extremo delimitadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), para o estado de São Paulo.

Últimos avisos meteorológicos vigentes. Fonte: adaptado de INMET.A Tabela 1 apresenta os atuais recordes de temperatura para o mês de março na série histórica da estação meteorológica do Cepagri/Unicamp. A atual onda de calor apresenta o potencial de ultrapassar os 35°C em Campinas, representando uma situação excepcional. Há possibilidade de quebra do recorde de temperatura máxima para o mês de março, desde o início das medições em 1989.


Recordes de temperatura máxima para março em Campinas-SP. Fonte: Cepagri/Unicamp.
Cuidados com a Saúde

A hidratação adequada e o cuidado com a saúde são importantes durante períodos de calor intenso. É aconselhável beber bastante água, evitar a exposição direta ao sol durante as horas mais quentes do dia, usar roupas leves e procurar ambientes frescos e bem ventilados. O cuidado é redobrado com crianças e idosos. A população deve estar atenta às informações e alertas emitidos pelos órgãos oficiais de meteorologia e saúde, buscando orientações específicas para se proteger dos efeitos adversos da onda de calor.