Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial entra em operação na Unicamp
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Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial entra em operação na Unicamp
O BI0S vai contar com recursos de cerca de R$ 10 milhões no período de cinco anos; lançamento acontece na próxima segunda-feira (28/11)

Contemplado em uma seleção promovida pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), o Centro de Pesquisa Aplicada (CPA) em Inteligência Artificial BI0S (Brazilian Institute of Data Science) entra em operação formal na Unicamp a partir do dia 28 de novembro (segunda-feira).

O BI0S vai ter como foco pesquisas nas áreas de diagnósticos médicos voltados à saúde da mulher, agricultura de precisão e otimização do uso de recursos agrícolas, entre outros. O Centro também vai realizar pesquisas ligadas à ciência dos dados, área que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de conjuntos de dados, muitas vezes de grandes dimensões. Além disso, deverá criar um repositório de dados voltado especificamente para a saúde usando o histórico médico de pacientes – sistema já batizado de reBI0S.


O CPA terá o envolvimento de cerca de cem pesquisadores e conta com um comitê consultivo internacional de 15 membros de diversos continentes, todos especialistas em inteligência artificial ou em áreas correlatas. O sistema vai mobilizar, ainda, nove unidades de ensino e pesquisa e dois centros interdisciplinares da Unicamp, além de outras cinco instituições brasileiras – o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do ABC (UFABC) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O BI0S vai contar com recursos de cerca de R$ 10 milhões a serem disponibilizados em um período de cinco anos. Metade desse montante virá da Fapesp e a outra parte será financiada a partir de parcerias com instituições privadas, como o Hospital Albert Einstein, de São Paulo, a Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec) e a Fundação CPQD. O Centro também receberá o apoio, em contrapartida econômica, da consultoria carioca TEMPLO.cc. Além disso, o Centro de Pesquisa estará aberto para atuar em cooperação com outras instituições, nacionais e internacionais. O projeto aprovado prevê 15 bolsas de pós-doutorado, 8 de doutorado, 15 de mestrado, 2 de iniciação científica e 2 para jornalismo científico.

O Centro terá como sede a Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (Feec) da Unicamp – e será liderado pelo pró-reitor de Pesquisa da Universidade, João Marcos Travassos Romano.

Segundo Romano, a elaboração do projeto contou com a participação de inúmeros docentes, destacando-se entre eles os professores Henrique Sá Earp, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (Imecc), Rodolfo de Carvalho Pacagnella, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Leonardo Tomazeli Duarte, da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA), e o pesquisador Jurandir Zullo Jr., do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri). De acordo com o edital, a vigência do projeto é de cinco anos, com a possibilidade de ser renovado por mais cinco.


Transformação digital

Romano conta que o projeto foi desenvolvido com base em duas grandes missões: expandir a fronteira do conhecimento em inteligência artificial e contribuir para a transformação digital. Foram abertas duas trilhas de pesquisa – saúde e agro. E, associada a esses dois campos de aplicação, há uma terceira trilha, ligada ao estudo de algoritmos e das técnicas e bases teóricas do aprendizado de máquina e da inteligência artificial.

Uma das ênfases da área da saúde é a saúde da mulher, que contará com a parceria do Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti (Caism) e do Hospital Albert Einstein, que oferecerá bolsas de pós-doutorado específicas para esse tema. Na trilha do agro, as pesquisas ocorrerão principalmente na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) e no Cepagri.

As pesquisas vão envolver desde impactos das mudanças climáticas até a agricultura de precisão – como automação e a construção de modelos matemáticos que possam orientar sistemas de plantio, manejo e colheita e que auxiliem na tomada de decisão em todos esses processos. “Hoje, com a enxurrada de dados de que dispomos e a capacidade de cálculo, a gente pode reorientar a tomada de decisão com a ajuda das ferramentas de aprendizado de máquina”, avalia o pró-reitor.

Há ainda um núcleo interdisciplinar de estudos voltado para o tema da relação entre a inteligência artificial e a sociedade – com pesquisas ligadas à ética no uso dessas tecnologias e à regulação do setor. Nesse caso, haverá envolvimento também de pesquisadores em ciências humanas e sociais. “No fundo, tudo isso está também ligado à ciência de dados, ao big data, para os quais a inteligência artificial é uma ferramenta fundamental”, explica Romano.

Na missão de transformação digital, está o desenvolvimento de spin-offs e startups e a realização de processos de difusão científica sobre inteligência artificial para alunos de graduação ou mesmo do ensino médio.

João Romano vislumbra muito trabalho pela frente, mas diz estar feliz por ter colocado em pé um projeto tão ambicioso. “O fato de ter juntado todos esses colegas e todas essas instituições num projeto como esse, sem dúvida, é motivo de muita alegria. Afinal, é um projeto de dez anos. Pode até ser que eu não fique todo esse tempo [no projeto], mas temos um pessoal jovem, que vai ter muita condição de continuar [com ele]”, afirma.

“É uma alegria muito grande ter esse time, uma equipe muito unida, para a realização de um trabalho em áreas importantes como saúde e agro e que pode trazer uma contribuição social muito importante”, acrescenta. “Além disso, o projeto poderá contribuir também para essa discussão de cunho ético e sociológico, porque a inteligência artificial pode também ser muito mal usada. E, do ponto de vista científico, ainda há muitos problemas em aberto”, argumenta o professor. Romano diz ainda que, para a universidade, o BI0S trata de “um tema estratégico”.

Fonte: Portal da Unicamp

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