O engenheiro Rafael Coutinho, 53, registrou algumas das microexplosões ocorridas durante a tempestade que provocou destruição em Campinas (a 93 quilômetros de São Paulo) entre a noite de sábado (4) e a madrugada de domingo (5). O que mais chamou a atenção nas imagens foram os raios capturados pela câmera.
De acordo com o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp), microexplosão é um fenômeno que acontece durante uma tempestade e é formado por nuvens carregadas de ar, água e granizo, acompanhadas por raios e ventos intensos.
Durante o fenômeno, os ventos de até 120 km/h destelharam imóveis, arrastaram carros, derrubaram árvores e deixaram parte do município devastada. Ao todo, 1.450 raios caíram na cidade em apenas sete horas, segundo o Elat (Grupo de Elasticidade Atmosférica) do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
De acordo com a diretora do Cepagri, Ana Ávila, a microexplosão é um evento intenso e pode causar estragos semelhantes aos de um tornado. "A microexplosão seria como um tornado ao contrário. No lugar de se formar do solo em direção às nuvens, ela se forma na nuvem em direção ao solo, provocando destruição mais localizada e na mesma direção. Já o tornado se forma do solo para a nuvem, provocando estragos mais generalizados", explicou Ana.
Segundo ela, o mais estranho é a época que esses eventos estão ocorrendo. "Apesar de atípica, a microexplosão é um pouco mais comum no verão. Esses eventos nessa época do ano são totalmente novos e ainda precisam ser estudados", completou.
O engenheiro que flagrou as microexplosões contou que conseguiu fotografar mais de 200 raios em poucos minutos. "Foi impressionante. Nunca tinha visto nada igual. Deixei a câmera aberta por alguns segundos na varanda de casa", contou. "Era um clarão atrás do outro." Ele conseguiu capturar uma sequência de raios entre 0h21 e 0h25 de domingo.
Fonte: UOL