Sem chover há 96 dias, Piracicaba tem a segunda maior seca dos últimos 29 anos, diz Cepagri
Chuva
Sem chover há 96 dias, Piracicaba tem a segunda maior seca dos últimos 29 anos, diz Cepagri
Falta de chuva faz com que problemas de saúde fiquem mais frequentes; situação se mantém durante a semana, que registra queda na temperatura.

Com 96 dias sem chover em Piracicaba (SP), esta é a segunda maior seca da cidade desde 1989, segundo o Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura da Unicamp (Cepagri). Uma das consequências desta falta de chuvas é a baixa umidade do ar e, com isso, aumentam os riscos de problemas de saúde, segundo especialista ouvido pelo G1.
Dados do Departamento de Engenharia e Biossistemas (LEB) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) mostram que o último registro de chuva em Piracicaba foi feito em 3 de abril deste ano, com precipitação de 15 milímetros.

Ana Ávila, meteorologista do Cepagri, conta que é considerada "normal" a chuva acima dos 10 milímetros e afirma que este é o segundo maior período de seca dos últimos 29 anos — desde que o instituto faz o levantamento —, ficando atrás apenas de 2014, quando uma forte seca atingiu a cidade e a região sudeste.

Segundo a especialista, um "bloqueio" das frentes frias que poderiam chegar à região e aumentar a umidade do ar acaba agravando a falta de chuvas na região, que já está no período de estiagem do ano.

“Como a cidade está em uma área mais continental, frentes frias que chegam ao litoral acabam perdendo força quando se aproximam de Piracicaba, que está em local com maior quantidade massa de ar seco”, explica.

A meteorologista afirma ainda que não é possível explicar neste momento o que provocou essa segunda "onda" de seca no período, já que esses estudos demandam maior tempo para serem feitos.

Problemas de saúde
Consequência da falta de chuvas, dados do Cepagri mostram ainda que a umidade mínima relativa do ar neste fim de semana deve variar entre 22% e 24%. Este índice é considerado “estado de atenção” pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o médico pneumologista Dair Bicudo Piai, os problemas causados à saúde neste período são irritação dos olhos e na garganta, e ressecamento e sangramentos no nariz, provocando um aumento considerável de internações e no agendamento de consultas médicas.

“A situação se agrava para pessoas com problemas respiratórios, que devem procurar sempre estarem com as doenças controladas e com as vacinas tomadas”, diz.

A orientação do especialista é de que haja maior consumo de líquidos e alimentos saudáveis, uso de roupas mais leves e utilização de umidificadores de ar e de climatizadores. Como o tempo fica mais seco entre 11h e 15h, horário também de maior poluição, é importante que atividades físicas mais intensas sejam evitadas no período.

“Mesmo no inverno, é muito importante manter os hábitos e os cuidados que tomamos no verão, e até mesmo redobrá-los”, alerta Piai.

Próximos dias
Segundo previsão do Cepagri, uma frente fria que deve chegar ao litoral do Estado de São Paulo na segunda-feira (9) aumenta a nebulosidade e traz temperaturas mais amenas à região. Mesmo assim, as chances de chuvas são pequenas, mas a umidade relativa do ar aumenta por alguns dias.

A partir de terça-feira (10) os termômetros caem em Piracicaba, com máximas de 20ºC até pelo menos quinta-feira (12), quando as temperaturas voltam a aumentar.


*Sob supervisão de Samantha Silva, do G1 Piracicaba e Região


Fonte: G1 Piracicaba e Região

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